segunda-feira, 22 de março de 2010

Disputa por prefeitos acirra ânimos na al AL Assembléia

Faltando ainda quatro meses para o início oficial das campanhas eleitorais, a grande movimentação nos corredores e gabinetes da Assembleia Legislativa é pela cooptação de votos no interior do estado. À frente das máquinas administrativas dos municípios, os prefeitos são peças cobiçadas do tabuleiro político – um dos melhores caminhos para se chegar até o eleitorado.

É nesse clima que uma guerra já foi instalada entre deputados de todas as alas e partidos pelo apoio de prefeituras, especialmente aquelas das regiões mais carentes de intervenções públicas para garantir obras e recursos – forma mais fácil de conquistar votos.

Perder uma base política é o grande temor de muitos parlamentares e nesta pré-campanha o que muitos tem feito é dar o máximo de assistência aos apoiadores. Nesse trabalho de manutenção das bases vale tentar de última hora levar obras de grande interesse e ou pequenos serviços para as comunidades, como poços artesianos, implantação de cisternas e até intermediação de doentes para cirurgias em unidades hospitalares. “Quem não faz esse dever de casa perde mesmo”, disse um deputado da ala governista na Casa, que preferiu não se identificar.

O deputado J. Carlos (PT) é um daqueles que têm tentado seguir à risca essa regra. Segundo ele, a conquista acontece através de muito trabalho com uma atuação contínua nas bases. “Meu gabinete é popular, os prefeitos chegam e se sentem em casa. Esse tratamento é muito mais importante, assim como os benefícios em emendas, indicações, sempre de olho nas demandas das prefeituras”, assegurou.

No entanto, mesmo trabalhando duro, a maioria está sujeita a ter o território invadido por colegas, pois nem sempre vale somente as obras, mas os favorecimentos pessoais também contam. “São poucos casos, mas infelizmente tem sempre uma minoria de prefeitos que se deixa corromper”, afirmou o petista.
A deputada Virginia Hagge (PMDB) confirmou que a invasão dos territórios alheios é algo que costuma acontecer no meio.

“Isso é antiético e desrespeitoso das duas partes. Acho que somos colegas e há espaço pra todos”, enfatizou. A parlamentar conta que teve seu reduto, o município de Itapetinga, “roubado” por um candidato petista este ano, que, segundo ela, “caiu de paraquedas” na cidade. “Mas encaro com naturalidade e deixo para que a população faça o seu julgamento. É ela quem vai decidir”, frisou.

Nos bastidores há muitas reclamações de “furtos”, mas quando questionada, a maioria nega ou ameniza a situação. “O que acontece é que quem não dá assistência pode acabar perdendo para a concorrência", declarou Hagge.

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