domingo, 6 de dezembro de 2009

Wagner quer expandir produção baiana


O governador Jaques Wagner (PT) inaugurou ontem a mina de níquel Mirabela, no município de Itagibá, considerada a maior da América Latina descoberta nos últimos dez anos e a terceira maior do mundo a céu aberto. Wagner chegou ao aeroporto de Ipiaú por volta das 9 horas. O empreendimento está localizado no município de Itagibá, a 8 km da sede de Ipiaú, em áreas cujos direitos minerários são da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM).
O projeto de exploração é da empresa Mirabela Mineração do Brasil Ltda. Antes de ir para o local das instalações da Mineração Mirabela, em Itagibá, o governador seguiu direto do aeroporto para o centro de Ipiaú, onde inaugurou a reforma e ampliação do Hospital Municipal do município, com investimentos de quase R$ 1,5 milhão.
A solenidade foi acompanhada por diversos políticos, entre eles o prefeito Deraldino Araújo e a diretora do Hospital Aline. Na oportunidade, o prefeito Deraldino, que é do PMDB, pediu a Wagner a requalificação da Praça Rui Barbosa, o Centro Industrial de Ipiaú e viaturas para a Policia Civil. A inauguração da Mirabela pelo governador Jaques Wagner marca o início da sua produção mineral na região. Wagner chegou às instalações da empresa por volta das 10h30.
A solenidade constou de visita ao mirante da mina a céu aberto, onde está a área da extração de lavra, o mirante onde estão as instalações do moinho para o beneficiamento, a casa de controle das maquinas e o laboratório para a qualidade do concentrado.
O principal momento da solenidade aconteceu em frente ao Escritório Central da empresa, onde foi armado um mini palanque para as autoridades. Além do governador Jaques Wagner, falaram também o prefeito de Itagibá, Gilson Fonseca (PR), e o diretor presidente da Mirabela no Brasil, Sr Bryan Hide. Wagner inicialmente dirigiu palavras de incentivo aos funcionários da empresa mineral, destacou a importância da sua chegada para a economia e o aproveitamento da mão-de-obra da região. “Queria agradecer ao Bryan pela presença de vocês na Bahia. Espero que a excelência da Mirabela seja transportada para outras regiões”, disse Wagner. O governador desejou ainda que a Mirabela sirva de polo referencial para desenvolver a região e destacou a coragem da empresa pelo empreendimento, mesmo enfrentando um período de crise. “Parabéns à Mirabela que, mesmo na crise, continuou apostando e acreditando. Vocês não vão se arrepender. Contem com a mesa do governador”, prometeu.
O diretor presidente da Mirabela no Brasil, Bryan Hide, deu um boné da empresa de presente a Wagner. Com um intérprete, o australiano também destacou a crise e os desafios que teve para levar o projeto adiante e aproveitou para anunciar a sua duplicação. “Agradeço muito a presença do governador por ter reservado este momento para nós na sua agenda com a sua visita”, frisou Hide.
Estavam presentes também na solenidade os secretários estaduais James Correia (Indústria, Comércio e Mineração), Rui Costa (Relações Institucionais), o presidente da CBPM Alexandre Brust, os deputados federais Geraldo Simões, Mário Negromonte e Roberto Britto, os estaduais Euclides Fernandes, Paulo Rangel, Isaac Cunha e Edson Pimenta, os prefeitos Deraldino Araújo (Ipiaú), Gilson Fonseca (Itagibá), Raimundo Oliveira (Ipuarema), Jutahy Costa (Aiquara), além dos prefeitos em exercício de Jequié e Itagi, dos diretores da CBPM, Rafael Avena e Vinícius Almeida, vereadores e diversas personalidades do mundo mineral. Representaram a Mirabela também os diretores Paulo Roberto Oliva e Claudinei Mariano.
O empreendimento Mirabela
A parceria entre a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral - CBPM e a Mirabela Mineração do Brasil Ltda. foi iniciada em 2003 e consolidada ontem com a sua inauguração. O complexo mineiro vai proporcionar um significativo impacto no desenvolvimento socioeconômico e cultural dessa região e de todo o estado da Bahia.
No empreendimento mineiro foram investidos cerca de R$ 900 milhões, devendo-se destacar que todo esse capital de risco foi de origem externa (Canadá e Austrália). O impacto socioeconômico gerou cerca de 2 mil empregos, sendo 450 diretos e 1.550 indiretos, proporcionando uma geração de receita através da Compensação Financeira pela Exploração dos Recursos Minerais (CFEM), em 16 anos, de cerca de R$ 190 milhões, sendo 12% para União, 23% para o estado da Bahia e 65% para o município de Itagibá.
A entrada em operação do empreendimento da Mirabela coroa o trabalho de pesquisa e desenvolvimento mineral que a CBPM realizou na área desde 1988, definindo sua geologia, caracterizando as mineralizações de níquel e delineando a potencialidade econômica de seu aproveitamento.
A divulgação do acervo de dados técnicos da pesquisa realizada pela CBPM serviu de base para atrair as empresas privadas a participarem da concorrência pública, que selecionou a Mirabela Mineração para realizar investimentos de risco em trabalhos de pesquisa, necessários à comprovação das reservas e à definição da viabilidade técnica, econômica e ambiental do projeto.
O empreendimento da Mirabela compreende mina a céu aberto e usina de concentração (britagem, moagem, flotação, espessamento e filtragem), onde serão processados cerca de 6 milhões de toneladas/ano de minério bruto, resultando na produção anual de 207 mil toneladas de concentrado, com 13% de níquel, 4% de cobre e 0,20% de cobalto.
O complexo da Mirabela representará um acréscimo de 30% na produção nacional de níquel, alçando a Bahia à posição de segundo maior produtor do país, já em 2010, representando uma receita bruta anual de vendas da ordem de R$ 640 milhões. Por ser detentora dos direitos minerários da mina, a CBPM receberá 2,51% de royalties da receita sobre o concentrado. Isso fará com que a empresa se torne autossuficiente em investimento a partir de 2011.
Escoamento de toda a produção
A Mirabela já recebeu a licença de operação do projeto e começou a produzir no mês de novembro. A metade da produção anual de concentrado será transportada pelas rodovias BR-330 e BR-101 até o porto de Ilhéus e daí será exportada para a Finlândia, sendo que a outra metade será retirada na mina pela Votorantin e transportada para Fortaleza de Minas, em Minas Gerais.
O projeto vai transformar a região, com impacto nos municípios de Itagibá, Ipiaú, Ubatã, Gongogi, Jitaúna, Barra do Rocha e Ibirataia, possibilitando o surgimento de hotéis, restaurantes, bares e o incremento nas suas atividades sócio-culturais. “Há muita gente retornando de São Paulo, pois agora existe mais oportunidade de trabalho por aqui”, avalia Paulo Oliva. Na implantação, a empresa contratou 3 mil empregados.
Agora, na fase de produção, deverão ser contratadas pelo menos 250 pessoas da região. Com uma extensão de 2 quilômetros e uma profundidade aproximada de 500 metros, a mina tinha uma vida útil inicial prevista para 20 anos. Contudo, com as novas pesquisas, ela poderá chegar a 40 anos. Além da infraestrutura em Itagibá, a Mirabela mantém um escritório em Ipiaú, onde estão armazenados cerca de 200 mil metros de testemunho, com um investimento de U$ 30 milhões. (EM).

Um comentário:

  1. Jaques Wagner foi inaugurar a mina de niquel, mas isso é heranca bendita de Paulo Souto. Isso ele nao conta. Vai la fazer sua figuracao mais uma vez. Mais uma acao que tentar roubar pra ele, assinando como sua uma obra que na verdade nao é sua. Toma vergonha Jaques Wagner!

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