Apesar de os democratas baianos evitarem fazer qualquer relação entre o escândalo protagonizado pelo DEM em Brasília e seu eventual impacto na candidatura do partido ao governo baiano, em 2010, as forças governistas baianas acreditam que o nome da legenda à sucessão estadual, o ex-governador Paulo Souto, pagará um preço alto por sua vinculação partidária, principalmente diante do que estimam que será o desdobramento do caso.
“A candidatura de Paulo Souto sofrerá seu impacto e não será pequeno”, diz uma fonte do Palácio de Ondina, analisando o escabroso caso de corrupção envolvendo José Roberto Arruda, o único governador do DEM no País, até há pouco considerado uma emergente estrela política nacional. Para o mesmo quadro governista, os democratas baianos agem corretamente ao evitar vincular “uma coisa a outra”.
“Se, por uma questão de estratégia, o DEM baiano submerge, tentando mostrar que não tem nada com o de Brasília, todo mundo sabe da forte relação existente entre lideranças como ACM Neto e o governador Arruda, e o governo não deixará de buscar vincular o candidato (Paulo Souto) ao seu partido”, diz um deputado da base governista, estimando que esta semana o governo já deve tentar colher uma “sondagem” sobre os acontecimentos.
Para ele, o governo continua avaliando que seu principal adversário na disputa de outubro do ano que vem será Souto, mas agora sob um cenário de extremo desgaste vivido pelo Democratas, o que favorece os planos do governador Jaques Wagner (PT) de levar a eleição já no primeiro turno, plano fortalecido principalmente pelo revés que, na avaliação dos governistas, o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) sofreu.
Candidato a governador do PMDB, Geddel foi surpreendido com uma operação da polícia baiana - que o mundo político baiano inteiro considera que teve motivação política -, em que foi preso um aliado e outros correligionários do ministro estão sendo investigados sob a acusação de gerirem um esquema de transferência ilegal de concessões na Agerba – agência estadual de regulação de transportes.
No caso do DEM, as fontes governistas acreditam que a demora na expulsão de Arruda é o principal problema para a candidatura de Paulo Souto. Neste ponto, concordam com os caciques paulistas do DEM, para os quais são graves as denúncias envolvendo o governador de Brasília e a decisão sobre ele no âmbito do partido poderá definir o desempenho do DEM nas eleições gerais de 2010.
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