domingo, 15 de novembro de 2009

GOVERNO PREPARA BOLSA-ELEIÇÃO

A revista Veja que está a circular a partir deste sábado traz uma matéria que se não surpreende, esclarece uma questão importante: o custo da eleição presidencial. Calcula-se em R$1 bilhão, isto numa suposição em que não entram as safadezas que normalmente se observam, com o caixa dois, “prática celebrizada pelo tesoureiro Delúbio Soares como recursos não contabilizados”. Pode surgir, no entanto, segundo Veja, o “caixa três”. Surpresa? Não. A revista explica: “Trata-se daquele tipo de gasto público, sempre de caráter ambíguo, cujo principal objetivo é conquistar a simpatia e a gratidão dos pobres em ano de eleições. O caso mais recente de investimento com essa rubrica é a intenção do governo de oferecer um telefone celular a cada uma dos 12 milhões de famílias que recebem o Bolsa Família, trunfo eleitoral do governo para o ano que vem. A ideia de distribuir celulares em ano de eleições partiu do ministro das Comunicações, Hélio Costa, pré-candidato ao governo de Minas Gerais. O Bolsa Celular, como o programa deve ser chamado, tem outra vantagem eleitoral. Ao custo de 2 bilhões de reais, ele será inteiramente bancado pelos contribuintes.” Mais: o bolsa celular “é apenas um truque eleitoral. 70% das famílias beneficiadas pelo Bolsa Família já têm celular. O resultado econômico, portanto, será quase nulo.O mesmo não se pode dizer de seu impacto nas eleições. De acordo com uma pesquisa realizada pelo economista Maurício Canêdo, da FGV, 3 milhões de brasileiros votaram em Lula em 2006 apenas por causa do Bolsa Família. A fórmula tem dado tão certo que o governo pensa em expandi-la.” Quando a política era mais pura, por essas bandas nordestinas e, naturalmente, na Bahia, ofereciam-se dentaduras. Agora, vem também a galope projeto do Bolsa Cinema, “tíquete de 50 reais mensais para os trabalhadores assistirem à telona, tramita em regime de urgência no Senado. O governo quer distribuir o tíquete já no ano que vem. Deve ser porque em 2010, além de eleições, haverá a estreia de “Lula, o Filho do Brasil,” filme laudatório patrocinado por empreiteiras amigas do Palácio do Planalto. O governo não quer nenhuma sala vazia.”
(Samuel Celestino)

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